Entrevista no Portal Galego da Língua
Hai preto dun mes que remataron as II Xeiras sobre a Lingua Galega, cunha edición que superou as nosas espectativas, tanto en asisentencia coma en interese.
Entre os relatores deste ano estivo Valentim Rodrigues Fagim, Presidente da AGAL, que quixo manter unha entrevista comigo despois das Xeiras. Velahí vai:
Iago Varela: «Por quê nom conhecemos quase nada do mundo lusófono, se temos tanto em comum?»
«Nem o ILG nem a RAG se prestárom a participar [nas Xeiras], alegando que 'só existe umha normativa e que nom havia nada que falar'»
Valentim R. Fagim - Entre os dias 9 e 12 de março desenvolvêrom-se as II Xeiras sobre a Lingua Galega, organizadas polos Comités da Universidade de Vigo. Fum convidado a participar numha mesa redonda sobre a questom normativa com a professora Pilar Garcia Negro.
Agora é o momento de devolver esse amável convite entrevistando um dos organizadores, Iago Varela Martínez, estudante de Engenharia de Telecomunicaçom.
Valentim R. Fagim: Esta foi a segunda ediçom das Jornadas que tivo um enorme êxito relativamente ao número de pessoas inscritas.
Iago Varela: Verdadeiramente esta II ediçom das Xeiras foi todo um êxito quanto à participaçom e ao interesse que gerárom. Tivemos um total de 235 inscritos (mais do dobre que o ano passado) e umha lista de espera de mais de 50 pessoas. Ademais, consta-nos que mais de 300 pessoas seguírom a evoluçom das mesmas via Internet.
VRF: Qual eram as linhas temáticas das Jornadas?
IV: Basicamente tivemos 9 linhas: Galego e Internet, ensino, música, humor, normativas, plataformas pró-galego, público infantil, ensaio e política.
Todas elas fôrom temáticas novas, é dizer, nom contempladas na primeira ediçom. Além disso, cumpre assinalar que esta selecçom nom foi casual, mas quigemos misturar temáticas lúdicas com outras mais sérias, com o fim de fazer umhas jornadas muito mais amenas.
VRF: Qual das atividades destacarias pola sua boa recepçom? Qual foi o sentir geral dos participantes a respeito das Jornadas?
IV: Com bastante diferença, a actividade mais valorizada foi a actuaçom do conta-contos Celso Fernández Sanmartín, que soubo manter a atençom de todo o público e tirar-lhe umhas boas risadas, seguida da palestra-actuaçom dos históricos Mini e Mero.
Mas em geral, todas as mesas fôrom mui bem valorizadas. De facto, na última jornada figemos umha enquisa de satisfaçom e a nota média das mesmas é dum 8.1
VRF: Nom é muito frequente existirem debates públicos sobre a questom normativa que afinal, sabemos, é muito mais do que Filologia. Como surgiu a ideia? Como se desenvolveu?
IV: Precisamente, a pouca atençom que se presta a esta questom foi o que nos levou a fazê-la. Cremos que nom tem que ser um tema tabu, antes ao contrário: o nosso objectivo com esta palestra era pôr riba da mesa as potencialidades das diferentes normativas. Depois cada quem que escolha o que prefira.
Cremos que foi todo um acerto, mas cumpre dizer que nom foi doado conseguir alguém da linha oficial. Nem o ILG nem a RAG se prestárom a participar, alegando que 'só existe umha normativa e que nom havia nada que falar'. Nom podo negar que nos surpreendeu estas atitudes tam pouco construtivas.
VRF: Tés a sensaçom de que o público presente na mesa redonda tem agora umha visom mais ampla da estratégia luso-brasileira para a nossa língua?
IV: Com certeza que sim. Neste sentido tenho-te que parabenizar, já que em grande parte a tua apresentaçom serviu para abrir os olhos e fazer-nos cavilar: por quê nom conhecemos quase nada do mundo lusófono, se temos tanto em comum?
Tenho que reconhecer que eu mesmo, usuário da linha oficial, tenho após esta mesa umha visom muito mais esclaredida e positiva da estrategia luso-brasileira.
VRF: Os Comités é um entidade estudantil que está a recuperar a sua presença pública depois de anos de recuo. Que tem possibilitado isto?
IV: Os Comités lutamos por um ensino que seja público, democrático, galego e de qualidade. Com a nossa presença nos órgaos de governo estamos a conseguir melhorias substanciais para o estudantado galego.
Por pormos um exemplo, neste curso grande parte do nosso trabalho estivo focalizado na modificaçom dos Estatutos da Universidade de Vigo para adaptá-los às exigências da LOU. Neste sentido, graças a nós a Universidade de Vigo conta hoje com um texto muito mais ambicioso em matéria lingüística.
Isto sem esquecer outras reivindicaçons históricas, como o transporte, residências ou a luta contra as taxas académicas.
VRF: Que projetos se alviscam no presente ano?
IV: Agora mesmo, estamos começando a preparar as eleiçons, que teremos o vindoiro 20 de Maio. Mas isso nom nos aparta de outros projectos pendentes como algum concerto e outras cousas que ainda nom podo adiantar...
VRF: Qual a presença da nossa língua na Universidade de Vigo, entre estudantes, PAS e docentes?
IV: A presença do galego a título individual é aceitável, mas nom como idioma de uso normal. De facto, a docência em galego situa-se na UVigo arredor dos 16%, percentagem que se vê muito mais mermada nas titulaçons técnicas, onde nom chega nem aos 5%.
Estas percentagens chocam bastante com os relatórios que situam o galego como língua habitual de 35% da mocidade, o que nos levou a fazer umha campanha com a qual, baixo o lema 'Na defensa do galego, nin un paso atrás', estamos a denunciar esta situaçom.
VRF: Todo o debate em volta do decreto está a ter ecos entre o estudantado?
IV: Claro que está. O estudantado nom está a ficar calado ante os graves ataques que a Junta da Galiza está a ter em contra da nossa língua, de facto demonstrou-se com o seguimento da jornada de greve que tivemos no dia 21 de Janeiro, que foi em massa.
VRF: Na hora de consultar bibliografia básica, existe a hipótese nas bibliotecas universitárias de aceder às versons em português?
IV: Nom, existem mui poucos títulos das bibliografias que tenham versom em português.. Realmente, torna-se raro atopar versons idiomáticas diferentes à original nas estantes da biblioteca e, as que existem, som todas em castelhano.
VRF: Pode-se estudar na nossa língua na Universidade de Vigo?
IV: A dia de hoje, nom. Aguardamos que pouco a pouco vaiamos tomando consciência de que a Universidade tem que dar uso à nossa língua em todos os ámbitos. Tem que ser exemplo, visibilizar que a nossa língua, como qualquer outra, vale para a investigaçom, para falar de modernidade... nom é só umha questom cultural.
VRF: Algumha reflexom final ou comentário pessoal?
IV: Obrigado por poder contar com a tua presença nas Xeiras e por esta conversa.
[Ligazón á fonte orixinal]: Entrevista no P.G. da Língua
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